terça-feira, 31 de maio de 2011

CUIDADOS COM O BEBE



O bebê nasceu. O mundo agora cabe num quarto, chora, mama e faz algumas outras coisas que você nunca poderia imaginar. Bem, imaginar você até poderia, mas não contava que desse tanto trabalho e precisasse de tantos cuidados, muitas vezes, minuciosos e urgentes.

Nada muito complicado e nesse caso, prática e habilidade serão seus grandes aliados. Mas não se acanhe em pedir auxilio, se você for o que chamam por ai de marinheira de primeira viagem. Há sempre uma vovó ou uma titia de plantão ansiosa por ajudar, talvez seja até a garantia de algumas horas de sono nos primeiros três meses. Lembre-se sempre: logo que o bebê nasce, a presença materna deve ser constante, mas a mamãe precisa descansar também.


1. Depois do nascimento e pelo menos nos seis primeiros meses, evite ambientes fechados ¿ passeios a shoppings ou a lugares que circulam muitas pessoas devem ser evitados, já que um lugar sempre com muita gente, existe também a possibilidade de um ar contaminado por viroses ou bacterias, que podem fazer a festa numa pessoa com quadro imunológico baixo. O bebê está se adaptando ao mundo.


2. Ao amamentar, procure um local adequado. Vá atrás de sossego para você e para o seu bebê. Mesmo porque este é um momento tão intenso que deve ser reservado para vocês dois. Amamentar é um ato de amor e paciência. E lembre-se: o aleitamento materno evita infecções e alergias.


3. Depois de amamentar, é necessário fazê-lo arrotar. O que acontece é que ao se alimentar, o bebê além do leite, engole ar, isso dá a ele uma falsa sensação de saciedade ou pode causar desconforto estomacal, como cólicas ou gases. Apoie o bebê nos ombros e por aproximadamente cinco minutos faça massagens nas costas ou dê tapinhas leves.

4. A hora do banho também requer vários cuidados. Um momento especial que precisa de carinho e delicadeza, já que o contato com a água pode causar insegurança ao bebê. Prepare o local do banho e já separe sabão neutro, toalha macia e roupinhas limpas. A banheira deve ser limpa e a temperatura da água deve ser agradável ao toque (34º é o recomendado). Antes de colocar o bebê, teste a temperatura com o cotovelo ou o pulso. Lave o rosto do bebê sem sabonete. Em seguida, coloque-o com cuidado na água. O braço esquerdo deve servir de apoio para a cabecinha, e deixe a mão livre para segurar o bracinho. A mão direita deve ensaboar o bebê. Ao retirá-lo da água, envolva-o em uma toalha macia e cuide para que ele não tome corrente de ar. Seque bem e se atenha às dobrinhas e ao umbigo.


5. Ao trocar as fraldas do bebê, alguns cuidados são imprescindíveis: lave bem as mãos toda vez que for manipular o bebê. Cuide para que o local onde será feita a troca esteja limpo. Use algodão molhado em água morna para remover as fezes e a urina. Se for uma menina, os movimentos de limpeza devem ser feitos de frente para trás (desta forma, evita trazer resíduos de fezes para a uretra e vagina). Se necessário e para prevenir assaduras use um creme protetor apropriado, para isso consulte um pediatra, que vai indicar o mais apropriado.

6. Evite trocar a fralda do bebê durante a noite. Se tiver de fazê-lo, por alguma eventualidade, use o mínimo de luz possível e não brinque com o bebê. Do contrário, isso poderá despertá-lo.

7. Vestir o bebê é uma tarefa simples, se você escolher roupas de simples colocação e que te permitam trocar as fraldas sem necessidade de despí-lo completamente.

8. Caso o nariz do bebê esteja entupido, utilize o soro fisiológico, em temperatura ambiente, e sem conservantes. Pingue o conteúdo de um conta-gotas em cada narina. Procure ter sempre o produto em casa, pois os descongestionantes comuns são perigosos para o bebê.


9. Nunca deixe o bebê dormir na sua cama. Além de estar suscetível a acidentes, você não conseguirá ter um sono relaxante e tranqüilo. Acostume-o desde cedo a dormir no berço, para sua comodidade, coloque-o próximo a sua cama, pelo menos nos primeiros meses, período em que o bebê ainda está se adaptando.

10. Alimente o bebê antes de você dormir e tente manter o bebê acordado por um periodo mais longo antes da última alimentação do dia. Procure educá-lo desde o começo, coloque no berço na mesma hora toda noite; esta prática vai ajudar o bebê a desenvolver um bom hábito para dormir. E lembre-se: a educação do seu filho começa com rotinas simples.

11. Não acorde o bebê a noite para mamar. Se ele estiver dormindo, deixe-o quieto. Estudiosos sustentam que o sono é uma fonte maravilhosa de energia. E dormir é tudo o que seu bebê precisa!

12. Antes de segurar o bebê, lave bem suas mãos e seu rosto. Lembre-se que o ser humano é fonte viva de bactérias e em contato com o bebê pode causar danos à saúde dele.

13. Os babadores devem ser itens obrigatórios do enxoval. Ele evitará que você precise trocar as roupas toda vez que ele regurgitar.

14. Na hora de trocar a roupa do bebê, aproveite para fazer um exercício de socialização. Brinque com ele, faça massagens nas costas e na barriga. Não faça como obrigação, curta o momento.

15. A dica mais importante: mostre ao bebê, desde o primeiro momento de vida, que você o ama e que ele foi muito desejado. Dê muito amor, converse com ele, mostre o mundo ao redor. Mostre como ele é muito importante e como os momentos de vocês dois são magicos e ternos.

CUIDADOS PÓS-PARTO PARA A MÃE



O período logo após o parto chama-se Puerpério, também conhecido como pós-parto ou resguardo. Dura em torno de 6 a 8 semanas e só termina com o retorno das menstruações.
Em nenhuma outra fase da vida modificações físicas tão grandes acontecem em tão curto espaço de tempo. Todos os órgãos, principalmente os genitais, se recuperam das alterações ocorridas ao longo da gravidez e do parto e nessa fase se inicia a lactação. Além disso, importantes modificações psicológicas ocorrem.
Todas as suas dúvidas devem ser discutidas detalhadamente com o obstetra responsável pelo seu parto, pois é ele quem melhor conhece as particularidades individuais. Aproveite sua permanência na maternidade, também para aprender os cuidados básicos com o bebê. A alta médica geralmente ocorre entre 24 e 36 horas após o parto.


DIETA
Alimentos podem ser ingeridos imediatamente após o parto normal, mesmo quando foi empregada a anestesia local. Se foi empregada a analgesia (raqui ou peridural), algumas horas são necessárias até o término de seus efeitos. Os primeiros alimentos, preferencialmente líquidos, devem ser de fácil digestão e os vômitos e enjôos contra-indicam a alimentação sem autorização médica. Nos dias seguintes, uma dieta equilibrada que forneça em torno de 2500 calorias/dia é fundamental para a manutenção de um bom estado nutricional, para o retorno do peso e contorno corporal, para um bom funcionamento intestinal e uma adequada produção de leite. 0 consumo de proteínas deve ser maior, incentivando a ingestão de carnes magras, peixes, leite, queijo, ovos e leguminosas como a soja e o feijão. Fibras vegetais podem ser obtidas de legumes, verduras, frutas, germe ou farelo de trigo. Sais minerais e vitaminas encontram-se em carnes magras, leite, queijo, ovos, cereais integrais, legumes, verduras e frutas. Beba líquidos em abundância, principalmente leite, suco de frutas e água, pois a amamentação dá muita sede. Evite o excesso de açúcar, farinhas refinadas e também de gordura animal, frituras e condimentos. Evite o excesso de bebidas alcoólicas. No pós-parto, é freqüente a utilização de suplementos vitamínicos, principalmente aqueles contendo ferro.

PESO CORPORAL
Imediatamente após o parto, pela saída do recém-nascido (mais ou menos 3,5 kg), da placenta (mais ou menos 0,5 kg), do líquido amniótico e de sangue (mais ou menos 1 kg), ocorre uma diminuição em torno de 4,5 a 5,0 kg. Outros 1,5 a 2,0 kg adicionais serão perdidos nos próximos 10 dias pela eliminação do líquido retido no organismo ao longo da gravidez.

HIGIENE
Quando se sentir segura de que pode permanecer em pé sem se sentir mal, poderá tomar banho, lavando inclusive os cabelos. Os banhos diários são normais. Não são necessários cuidados especiais para as mamas das mulheres que amamentam. É importante o uso de absorvente genital pós-parto, e eles devem ser trocados com freqüência. Absorventes internos podem ser utilizados assim que a região genital cicatrizar, ao redor de 2 semanas após o parto normal, ou 3 semanas após o parto com episiotomia.

VESTUÁRIO
0 uso diário de um sutiã, proporcionando maior sustentação das mamas, diminui o estiramento dos ligamentos suspensores e da pele, prevenindo futura flacidez. O uso das cintas é opcional, mas não apresenta contra-indicações, devendo apenas ser evitado o desconforto pelo uso excessivamente apertado.

HÁBITOS
Não fume ou utilize drogas ilícitas, principalmente se estiver amamentando. Procure organizar uma rotina, dividindo tarefas que não dependam essencialmente de sua presença, para poder se dedicar mais ao recém-nascido.

ALOJAMENTO CONJUNTO
Atualmente, na maioria dos hospitais, o bebê permanece todo o tempo possível no mesmo quarto junto com a mãe e sob seus cuidados.

VISITAS
As visitas, tanto na maternidade como em casa, não devem ser freqüentes ou prolongadas, pois trazem transtornos à rotina da mãe e do bebê.

DORES
Após o parto, o útero continua a se contrair. Isso é necessário para evitar o sangramento excessivo. Na maioria das vezes, estas contrações são indolores, mas algumas mulheres as percebem como cólicas, que podem ser intensas principalmente durante a amamentação. As dores abdominais originadas da operação cesariana ou as dores da episiotomia devem diminuir dia a dia, sendo perfeitamente controláveis pela utilização de analgésicos recomendados pelo obstetra, quando necessários.

MEDICAMENTOS
Somente podem ser utilizados medicamentos receitados pelo obstetra. Mulheres que amamentam devem ter cuidados redobrados, pois vários remédios passam para o leite e podem prejudicar o bebê.

LÓQUIOS
Assim é chamada a secreção genital que ocorre após o parto. Nos primeiros dias é sanguinolenta, após 10 dias torna-se amarelada, diminui a quantidade e desaparece entre 6 a 8 semanas. Não deve ter cheiro desagradável.

INVOLUÇÃO UTERINA
Após o parto, o útero pode ser facilmente palpável e seu fundo alcança a cicatriz umbilical. Regride progressivamente deixando de ser palpável no abdômen em torno de 2 semanas após o parto.

EPISIOTOMIA
É o nome dado ao corte realizado na região genital com o objetivo de ampliar a passagem para o bebê. É costurado imediatamente após o parto com pontos que caem espontaneamente. Geralmente, não são necessários curativos locais ou outros cuidados além da higiene. Logo após o parto pode ser colocada uma bolsa de gelo no local para aliviar o desconforto.

FUNÇÃO URINÁRIA
A primeira micção pós-parto deve ocorrer espontaneamente em até 8 horas. As micções não devem ser dolorosas e nos primeiros dias o volume é maior devido à eliminação da água retida pelo organismo durante a gravidez.

FUNÇÃO INTESTINAL
Nos primeiros dias pós-parto pode existir uma tendência a persistir a constipação intestinal que ocorre na gravidez. A evacuação também fica prejudicada pelo receio de dor na região anal, por isso a primeira evacuação após o parto pode demorar alguns dias, principalmente se foi realizada a lavagem intestinal antes do parto. Eventualmente remédios laxativos podem ser receitados. Na região anal, podem aparecer ou se agravarem as hemorróidas, necessitando de cuidados específicos.

ATIVIDADES FÍSICAS
Exercícios passivos de flexão e extensão dos pés, pernas e coxas, assim como massagens nessas regiões devem ser realizadas imediatamente após o parto, com a finalidade de ativar a circulação sanguínea. Nos partos em que foi aplicada somente a anestesia local a mulher pode levantar da cama assim que se sentir disposta. Quando foi empregada analgesia (raqui ou peridural) deve-se aguardar que termine o seu efeito, o que ocorre após algumas horas. Antes de levantar-se pela primeira vez, é prudente elevar ao máximo a cabeceira da cama e assim permanecer por alguns minutos. A seguir, permanecer sentada na beirada da cama com as pernas para fora, por alguns minutos, até poder levantar e caminhar, sempre auxiliada por outra pessoa, pois podem ocorrer tonturas. É importante manter uma postura correta, principalmente na hora de amamentar para evitar que ocorram dores nas costas.

ATIVIDADE SEXUAL
Pode ser iniciada logo após a completa cicatrização das regiões traumatizadas na dependência do desejo individual. Nas primeiras relações sexuais, a penetração deve ser mais cuidadosa, pois o revestimento da vagina está mais fino e menos lubrificado.

PLANEJAMENTO FAMILIAR
Para evitar ou espaçar os períodos de gravidez, é aconselhável o uso de um método anticoncepcional. Amamentar com mamadas freqüentes em torno de 3 em 3 horas evita a ovulação e, portanto, a gravidez até o quinto mês pós-parto. No entanto mesmo as mulheres que amamentam como aquelas que não o fazem devem discutir com seu médico o uso de um método anticoncepcional efetivo.

DEPRESSÃO PÓS-PARTO
É comum que, ao assumir uma nova identidade, a mulher se sinta insegura quanto às possibilidades de criar o filho, quanto ao sucesso da amamentação e às mudanças físicas pelas quais está passando. Ocorrem mudanças na sua rotina e nas suas outras atividades, sendo muitas vezes difícil para a mãe conciliar todas estas tarefas.

CONSULTA MÉDICA DE REVISÃO
Geralmente realizada algumas semanas após o parto, serve para o médico se assegurar de que as modificações que ocorreram nesse período são normais, avaliar a amamentação, indicar tratamento para queixas existentes e facilitar a discussão de outros assuntos.

GINÁSTICA
Os exercícios para a musculatura que forma o assoalho da bacia podem ser iniciados no dia seguinte ao parto, realizados várias vezes ao dia e praticados por toda a vida. Eles reforçam a sustentação da bexiga e do intestino, fortalecendo a vagina e diminuindo o risco do aparecimento futuro de problemas como perda de urina (incontinência urinária) e queda da bexiga.
Os exercícios físicos para corrigir a flacidez abdominal e o contorno corporal podem ser iniciados após 2 semanas do parto normal, iniciando com poucos minutos, até atingir 20 a 30 minutos por dia. De maneira semelhante, pode ser iniciada a prática desportiva. Quando o parto tiver sido cesariana, seu início deve aguardar em torno de 6 semanas.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

VÍDEO : Políticas Públicas de Saúde e História da Saúde no Brasil



A história da saúde no Brasil



Historia Recente do Brasil - Saúde Pública (Parte 1-7)


Saúde Pública

A Medicina conceitua a saúde-doença empiricamente, reduzindo-a ao plano fenomênico e individualizado da causalidade etiológica.[carece de fontes] Essa recorre aos métodos empírico-analíticos (estrutural-funcionalistas), popperiano ou fenomenológico, e admite possibilidades de melhoras pontuais e graduais capazes de ser descritas (enquanto patologia) e/ ou quantificadas (avaliação da eficácia terapêutica).
A saúde pública centra sua ação a partir da ótica do Estado com os interesses que ele representa nas distintas formas de organização social e política das populações. Na concepção mais tradicional, é a aplicação de conhecimentos (médicos ou não), com o objectivo de organizar sistemas e serviços de saúde, actuar em factores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas populações através de ações de vigilância e intervenções governamentais. Não deve ser confundida com o conceito mais amplo de saúde coletiva.

Uma das mais citadas definições de Saúde Pública foi apresentada por Winslow, Charles-Edward Amory (1877–1957), nos EUA, 1920 . Assim, foi realizada.
"A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde".
A persistência do uso dessa definição é reforçada pela ampla difusão da definição de saúde da Organização Mundial de Saúde - organização internacional que propôs a realização das Conferências Mundiais de Saúde com integração de todos os países na persistente busca do completo bem-estar físico, psíquico e social.
O estudo da Saúde Pública no Brasil necessariamente passa por uma série de nomes e instituições como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, o Instituto Manguinhos ou Vital Brazil, o Instituto Butantã, Adolfo Lutz e o instituto que leva o seu nome. Instituições que se mantêm até hoje como ilhas de competência do poder público na construção de um sistema de saúde de natureza pública e equitativo, no Brasil, o SUS - Sistema Único de Saúde, capaz de dar conta das ações de saúde tanto no âmbito da atenção primária e da promoção da saúde como nas ações curativas e necessárias à reabilitação (níveis secundário e terciário da atenção em saúde).
Saúde Coletiva

O objeto de investigação e práticas da Saúde Coletiva compreende as seguintes dimensões:
o estado de saúde da população ou condições de saúde de grupos populacionais específicos e tendências gerais do ponto de vista epidemiológico, demográfico, sócio-econômico e cultural;
os serviços de saúde, enquanto instituições de diferentes níveis de complexidade (do posto de saúde ao hospital especializado), abrangendo o estudo do processo de trabalho em saúde, a formulação e implementação de políticas de saúde, bem como a avaliação de planos, programas e tecnologias utilizada na atenção à saúde;
o saber sobre a saúde, incluindo investigações históricas, sociológicas, antropológicas e epistemológicas sobre a produção de conhecimentos nesse campo e sobre as relações entre o saber "científico" e as concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas tradições, crenças e cultura de modo geral.
[editar]Uma sucessão de conceitos & práticas

Segundo Paim, 2005, "A Saúde Coletiva, latino-americana foi composta a partir da crítica à Medicina Preventiva, à Medicina Comunitária, à Medicina da Família, desenvolveu-se a partir da Medicina Social do Século XIX e pela saúde pública institucionalizada nos serviços de saúde e academia. Envolve um conjunto de práticas técnicas, ideológicas, políticas e econômicas desenvolvidas no âmbito acadêmico, nas organizações de saúde e em instituições de pesquisa vinculadas a diferentes correntes de pensamento resultantes de projetos de reforma em saúde."
Ainda de acordo com esse Professor do Instituto de Saúde Coletiva da UFBa - Universidade Federal da Bahia, ao longo da história da medicina cosmopolita, o campo social da saúde tem sido atravessado por um conjunto de movimentos ideológicos tais como: Polícia Médica; Higiene; Saúde Pública; Medicina Social; Medicina Preventiva; Saúde Comunitária; Saúde Coletiva; Medicina Familiar entre outros. Tais movimentos constituem-se como lutas teórico-paradigmáticas, políticas e ideológicas com repercussões enquanto campo do saber e de práticas. bianca araújo
Medicina Social

"Identificam-se três etapas para consolidação da medicina social, inclusive como disciplina do curso de formação médica: a Polícia Médica, especialmente desenvolvida na Alemanha no início do século XVIII a fim de prover o Estado sobre os índices de saúde da população alemã, a Medicina das Cidades ou Medicina Urbana, que tem como objetivo controlar os fatores nocivos à saúde da população urbana que estavam associados às grandes epidemias, evidenciada na França, e, por fim, a Medicina da Força de Trabalho, consolidada no sanitarismo inglês, que objetiva manter a sua força trabalhadora plenamente apta." (Foucault, Microfísica do Poder)
Observe-se porém que as preocupações com o isolamento de doentes e assistência aos pobres confunde-se com os princípios da caridade e assistencialismo pregado pelos cristãos e muçulmanos, a exemplo das discussões sobre a remuneração dos serviços médicos associada à prática de Cosme e Damião (na Síria de hoje, por volta do ano 300), a assistência médica prestada aos escravos e soldados romanos ou ao nascimento das Santas Casas de Misericórdia em Portugal (1000) e hospitais religiosos.
[editar]História da saúde pública no Brasil

No início, não havia nada. A saúde no Brasil praticamente inexistiu nos tempos de colônia. O modelo exploratório nem pensava nessas coisas. O pajé, com suas ervas e cantos, e os boticários, que viajavam pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas de assistência à saúde. Para se ter uma idéia, em 1789, havia no Rio de Janeiro apenas quatro médicos.
Com a chegada da família real portuguesa, em 1808, as necessidades da corte forçaram a criação das duas primeiras escolas de medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas medidas governamentais até a República.
Foi no primeiro governo de Rodrigues Alves (1902-1906) que houve a primeira medida sanitarista no país. O Rio de Janeiro não tinha nenhum saneamento básico e, assim, várias doenças graves como varíola, malária, febre amarela e até a peste bubônica espalhavam-se facilmente. O presidente então nomeou o médico Oswaldo Cruz para dar um jeito no problema. Numa ação policialesca, o sanitarista convocou 1.500 pessoas para ações que invadiam as casas, queimavam roupas e colchões. Sem nenhum tipo de ação educativa, a população foi ficando cada vez mais indignada. E o auge do conflito foi a instituição de uma vacinação antivaríola. A população saiu às ruas e iniciou a Revolta da Vacina. Oswaldo Cruz acabou afastado.
Ninguém aceitou a imposição
A forma como foi feita a campanha da vacina revoltou do mais simples ao mais intelectualizado. Veja-se o que Rui Barbosa disse sobre a imposição à vacina: "Não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura, expondo-se, voluntariamente, obstinadamente, a me envenenar, com a introdução no meu sangue de um vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte."
Apesar do fim conflituoso, o sanitarista conseguiu resolver parte dos problemas e colher muitas informações que ajudaram seu sucessor, Carlos Chagas, a estruturar uma campanha rotineira de ação e educação sanitária.
Pouco foi feito em relação à saúde depois desse período, apenas com a chegada dos imigrantes europeus, que formaram a primeira massa de operários do Brasil, começou-se a discutir, obviamente com fortes formas de pressão como greves e manifestações, um modelo de assistência médica para a população pobre. Assim, em 1923, surge a lei Elói Chaves, criando as Caixas de Aposentadoria e Pensão. Essas instituições eram mantidas pelas empresas que passaram a oferecer esses serviços aos seus funcionários. A União não participava das caixas. A primeira delas foi a dos ferroviários. Elas tinham entre suas atribuições, além da assistência médica ao funcionário e a família, concessão de preços especiais para os medicamentos, aposentadorias e pensões para os herdeiros. Detalhe: essas caixas só valiam para os funcionários urbanos.
Esse modelo começa a mudar a partir da Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas tomou o poder. É criado o Ministério da Educação e Saúde e as caixas são substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que, por causa do modelo sindicalista de Vargas, passam a ser dirigidos por entidades sindicais e não mais por empresas como as antigas caixas. Suas atribuições são muito semelhantes às das caixas, prevendo assistência médica. O primeiro IAP foi o dos marítmos. A União continuou se eximindo do financiamento do modelo, que era gerido pela contribuição sindical, instituída no período getulista.
Quanto ao ministério, ele tomou medidas sanitaristas como a criação de órgãos de combate a endemias e normativos para ações sanitaristas. Vinculando saúde e educação, o ministério acabou priorizando o último item e a saúde continuou com investimentos irrisórios.
Dos anos 40 a 1964, início da ditadura militar no Brasil, uma das discussões sobre saúde pública brasileira se baseou na unificação dos IAPs como forma de tornar o sistema mais abrangente. É de 1960 a Lei Orgânica da Previdência Social, que unificava os IAPs em um regime único para todos os trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que excluía trabalhadores rurais, empregados domésticos e funcionários públicos. É a primeira vez que, além da contribuição dos trabalhadores e das empresas, definia-se efetivamente uma contribuição do Erário Público. Mas tais medidas foram ficando no papel.
A efetivação dessas propostas só aconteceu em 1967, pelas mãos dos militares, com a unificação de IAPs e a consequente criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Surgiu então uma demanda muito maior que a oferta. A solução encontrada pelo governo foi pagar a rede privada pelos serviços prestados à população. Mais complexa, a estrutura foi se modificando e acabou por criar o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) em 1978, que ajudou nesse trabalho de intermediação dos repasses para iniciativa privada.
Um poucos antes, em 1974, os militares já haviam criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), que ajudou a remodelar e ampliar a rede privada de hospitais, por meio de empréstimos com juros subsidiados. Toda essa política acabou proporcionando um verdadeiro boom na rede privada. De 1969 a 1984, o número de leitos privados cresceu cerca de 500%. De 74.543 em 1969 para 348.255 em 1984. Como pode-se ver, o modelo criado pelo regime militar era pautado pelo pensamento da medicina curativa. Poucas medidas de prevenção e sanitaristas foram tomadas. A mais importante foi a criação da Superintendência de Campanhas da Saúde Pública (Sucam).
Durante a transição democrática, finalmente a saúde pública passa a ter um fiscalização da sociedade. Em 1981, ainda sob a égide dos militares, é criado o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (Conasp). Com o fim do regime militar, surgem outros órgãos que incluem a participação da sociedade civil como o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
Se, de um lado, a sociedade civil começou a ser mais ouvida, do outro, o sistema privado de saúde, que havia se beneficiado da política anterior, teve que arranjar outras alternativas. É nesse período que se cria e se fortalece o subsistema de atenção médico-suplementar. Em outras palavras, começa a era dos convênios médicos. Surgem cinco modalidades diferentes de assistência médica suplementar: medicina de grupo, cooperativas médicas, auto-gestão, seguro-saúde e plano de administração.
A classe média, principal alvo desses grupos, adere rapidamente, respondendo contra as falhas da saúde pública. O crescimento dos planos é vertiginoso. Em 1989, já contabilizam mais de 31 mil brasileiros, ou 22% da população, faturando US$ 2,4 bilhões.
Ao lado dessas mudanças, os constituintes da transição democrática começaram a criar um novo sistema de saúde, que mudou os parâmetros da saúde pública no Brasil, o SUS.
No campo, fora dos hospitais
O trabalhador rural ficou por séculos excluído de qualquer auxílio sistemático à saúde. Somente em 1963 foi criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), que começa a prever aposentadoria e assistência médica. Tal negligência é historicamente explicada. Na criação das caixas de assistência, a elite cafeicultora e canavieira pressionou para que a novidade fosse limitada aos centros urbanos. Além disso, a mobilização social no interior sempre sofreu revezes com a falta de articulação. Com a criação do SUS, eles foram finalmente incluídos como cidadãos no sistema de saúde. Mas, como você poderá ver na página sobre os problemas regionais do sistema, os trabalhadores rurais ainda recebem tratamento à margem dos centros urbanos pois um dos grandes desafios do atual sistema (SUS) é a extensão territorial do país que resulta em áreas dessasistidas (baixa cobertura) apesar dos esforços para regionalização e atendimento à populações com características específicas (quilombolas e indígenas). O modelo de atenção dos médicos de pés descalços desenvolvido na populosa China continental é uma importante referência.

VÍDEO : Transplante de coração

Transplante de coração

E24 Cirurgia Cardiaca Coração 05/05/09

domingo, 29 de maio de 2011

Cateterismo Cardíaco

Cateterismo Cardíaco
O que é um cateterismo cardíaco?

O cateterismo cardíaco é um método diagnóstico invasivo pelo qual avaliamos a presença ou não de entupimentos nas artérias (veias) coronárias secundário às "placas de gordura" além do funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco. Para realizá-lo é necessária a introdução de um cateter em um vaso sanguíneo para se chegar ao coração. O cateter pode ser introduzido por uma artéria ou veia a partir da perna (virilha; técnica femoral) ou do braço, ao nível do cotovelo (técnica braquial) ou do punho (técnica radial). A escolha de uma ou outra técnica ficará a critério do operador, tendo sempre em mente o maior conforto e segurança do paciente e irá depender das condições clínicas, do peso, risco de sangramento e números de exames já realizados.



Preparo hospitalar para o exame

Assim que chegar ao hospital e ao setor de hemodinâmica, o paciente será acolhido pelo corpo de enfermagem que irá orientá-lo em todos os seus passos, antes, durante e após o exame. Deverá identificar-se e apresentar todos os exames já realizados e medicamentos em uso no momento. Após colocação de vestimenta apropriada será necessário puncionar uma veia do braço para a admnistração das medicações de rotina. Em seguida, é só aguardar, sentado ou deitado no leito específico, o momento da realização do exame.


Equipe envolvida

Em momento algum o paciente estará desamparado. Há toda uma equipe multi-disciplinar (cardiologistas clínicos e intervencionistas, anestesiologistas, enfermeiros e auxiliares de enfermagem especializados) envolvida com a realização do exame e, sobretudo, com o bem estar físico e psicológico do paciente.

Ambiente em que é realizado

O cateterismo cardíaco é realizado sempre em ambiente hospitalar. Em uma sala específica (sala de cateterismo cardíaco) que contém uma cama onde o paciente se deita coberto por campos cirurgicos (lençóis) após ser monitorizado para acompanhamento contínuo dos seus batimentos cardíacos enquanto o exame é realizado. Há ainda na sala de cateterismo cardíaco a máquina de hemodinâmica propriamente dita, monitores (televisões) onde visualizaremos, em tempo real, as imagens do coração e suas artérias, e toda aparelhagem necessária frente a qualquer tipo de urgência.

Tipo de anestesia

O exame normalmente não é doloroso. O que se sente é a picada da agulha na pele para anestesia local e um calor fugaz pelo corpo (que desaparece rapidamente) no fim do procedimento. Inicialmente, o anestesista aplica uma pequena dose de medicação sedadiva que será importante para manter o paciente calmo, mas não tão forte ao ponto de mantê-lo inconsciente. A cooperação muitas vezes é fundamental para a realização bem sucedida do exame. após esta sedação inicial, estando o paciente bastante relaxado, é realizada anestesia local (na prega interna do cotovelo, na região do punho ou na região inguinal) onde será feita a introdução do cateter.

Cuidados antes do cateterismo cardíaco

É fundamental que o paciente compareça ao hospital para a realização do exame após um período de pelo menos 6h de jejum e com um acompanhante. Atenção especial deve ser dada à suspensão, pelo menos 05 dias antes, de medicamentos anticoagulantes, pelo risco de sangramentos, e 02 dias antes de alguns anti-diabéticos orais. São eles:
Antidiabéticos: Metformina (Dimefor®, Glucoformim®, Glifage®,Glucovance®).
Anticoagulantes: (Marevan®, Marcoumar®, Coumadin®, Warfarina®).

o que acontece após o exame?

Imediatamente após o exame o paciente é encaminhado à sala de repouso onde será acompanhado pelos auxiliares de enfermagem e pela enfermeira. O médico que realizou o exame deverá comunicar o seu resultado. O tratamento, seja ele clínico (remédios, modificações nos hábitos de vida e exercício físico), percutâneo (angioplastia com ou sem stent, ou seja o desentupimento do vaso com ou sem o implante de uma "molinha" dentro dele) ou cirúrgico (mamária e/ou ponte de veia safena ou troca da valva cardíaca), dependerá fundamentalmente do cardiologista clínico responsável pelo paciente e da equipe de hemodinâmica.

Cuidados após o cateterismo

Não flexionar o braço cateterizado por 3 horas, porém fazer exercício de abrir e fechar as mãos, periodicamente
Não carregar peso com o braço até a retirada dos pontos
Durante o banho lave-o normalmente com água e sabonete
Fazer curativo diariamente ou todas as vezes que perceber que está úmido
Após o terceiro dia deixá-lo descoberto
Após 08 (oito) dias, procurar posto de saúde, farmácia ou seu médico para a retirada dos pontos
Para os procedimentos na região inguinal (perna) o repouso será absoluto por 5–6h. Após deambulação dentro do hospital o paciente receberá alta com orientação para retirada do curativo na manhã seguinte durante o banho. Evitar esforços com a perna durante 7 dias. Não necessita de curativos
Qualquer anormalidade entrar em contato ou procurar imediatamente um médico de nossa equipe


Riscos do procedimento

O risco do cateterismo é mínimo, porém podem ocorrer algumas complicações durante o exame como dores no peito quando o paciente já apresenta "problemas" cardiológicos avançados, mas que podem ser prontamente corrigidos pelo médico ou outras intercorrências como as descritas abaixo:

Sangramento no local de acesso (0,19%)
Diminuição ou perda do pulso (0,5 a 0,8%), geralmente sem conseqüências importantes, porém se necessário, solicitaremos uma avaliação vascular que definirá a conduta a ser tomada, inclusive com uma possível correção cirúrgica
Formação de pseudoaneurisma arterial (1,6%) ou fistula artério-venosa. Estas deverão ser corrigidas em caráter de urgência
Alergia ao contraste (0,45%): poderá ser uma reação simples como uma urticária, entretanto, poderá complicar-se até com parada cardíaca. Por isso é importante que nos avise se já apresentou alergia em algum exame que utilizou contraste, como tomografia computadorizada, arteriografias, urografia excretora, etc. neste caso, iniciaremos algumas medicações previamente ao exame para prevenirmos a alergia
Derrame cerebral (avc) (0,07 a 0,19%). Sua incidência é muito baixa, porém, se você apresentar placas de gorduras ou trombos (coágulos) nas artérias em que passaremos o cateter, eles poderão se desprender e ir para o cérebro provocando o avc, que pode, dependendo de sua extensão, deixar ou não seqüelas
Insuficiência renal crônica agudizada (4 a 11%): ocorre nos pacientes que já apresentam previamente uma alteração na função renal, principalmente nos diabéticos, que é caracterizada por uma elevação de uréia e principalmente de creatinina (exames de sangue). Por isso é importante que seu médico assistente saiba qual o valor de sua creatinina antes que você faça o cateterismo, para que possamos prepará-lo com medicações ou soros de proteção renal, e até utilizarmos um contraste diferente, não nefrotóxico
Edema agudo de pulmão e/ou arritmias (0,47%): podem ocorrer em pacientes que apresentam “coração dilatado”, problemas valvulares graves ou apresentaram infarto agudo do miocárdio extenso com grave comprometimento da função do coração
Infarto agudo do miocárdio (0,06%): nos casos em que as coronárias apresentem obstruções gravíssimas e se "instabilizem" durante o exame
Óbito (0,06 a 0,10%): raríssimo, porém pode ser desencadeado pelas complicações mais graves descritas acima