quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Brasileiros tratam cirrose com nova técnica de transplante


Cirurgia usa partes de fígados de dois doadores vivos pela primeira vez na América

Pessoas que sofrem de cirrose e precisam de transplante de fígado, mas não encontram um doador compatível têm uma nova chance. Médicos brasileiros realizaram com sucesso, pela primeira vez na América, um transplante usando partes dos órgãos de dois doadores vivos. A cirurgia foi feita em novembro no Hospital Angelina Caron, Curitiba, em Darci Moacir Bladt, de 52 anos. Ele recebeu partes do fígado de seu filho, Natanael, de 22 anos, e de sua sobrinha, Julian, de 26 anos. A técnica é mais segura para o doador e atende ao receptor, quando um só doador não é suficiente.
Darci, que sofria de cirrose devido ao abuso de álcool, já saiu do CTI e passa bem. A cirurgia, de alta complexidade, envolveu 15 profissionais, durou 17 horas, e foi liderada por João Eduardo Nicoluzzi, chefe do Serviço de Transplante do Hospital Angelina Caron; e Mauro Roberto Monteiro, chefe do Serviço de Hepatologia. No transplante de fígado há três possibilidades: doador em morte encefálica, um doador vivo e agora, no Brasil, com dois doadores vivos. Em doentes adultos, quando não se consegue um órgão de cadáver, a saída é retirar 60% do fígado de um doador vivo. Esta parte corresponde a 0,8 a 1% do peso do receptor. Por exemplo, uma pessoa com 70kg precisa de algo em torno de 560g a 700g de fígado de doador. Mas no caso de Darci isso não foi possível.
O paranaense estava muito acima do peso, característica comum em doentes de fígado. E entrou na fila de transplante
porque seu órgão entrou em falência, e o paciente já apresentava encefalopatia hepática. Esta síndrome causa pequenas alterações de personalidade e na cognição, hemorragia digestiva, distúrbio da coagulação, câncer e coma. Com um peso de 86kg, Darci precisava de um órgão de 860g. Um doador só não era suficiente. A saída foi usar cerca de 30% do fígado de Natanael e mais 30% de Julian, diz Nicoluzzi:
— O transplante de fígado é uma das cirurgias mais complexas, requer equipes altamente qualificadas. Além disso, não basta o parente querer doar o fígado. Ele precisa passar por triagem rigorosa. A técnica que usa dois doadores vivos é exceção, para casos especiais como o de Darci.
O órgão do doador regenera-se em quatro semanas. O fígado implantado se recupera aos poucos. Nicoluzzi e equipe aprenderam a técnica no Hospital Asan (na Coreia do Sul), referência mundial em transplantes. Agora os paranaenses avaliam a possibilidade operar outros pacientes. Se o procedimento entrar na rotina do hospital, será custeado pelo sistema público, pois o Angelina Caron é centro de referência em transplantes pelo Ministério da Saúde. As principais causas de cirrose hepática são o alcoolismo e as hepatites B e C.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Vigilancia em saúde

VIGILÂNCIA EM SAÚDE


ASPECTOS HISTÓRICOS
A expressão ‘vigilância em saúde’ remete, inicialmente, à palavra vigiar. Sua origem – do latim vigilare – significa, de acordo com o Dicionário Aurélio, observar atentamente, estar atento a, atentar em, estar de sentinela, procurar, campear, cuidar, precaver-se, acautelar-se.
No campo da saúde, a ‘vigilância’ está historicamente relacionada aos conceitos de saúde e doença presentes em cada época e lugar, às práticas de atenção aos doentes e aos mecanismos adotados para tentar impedir a disseminação das doenças.
O isolamento é uma das práticas mais antigas de intervenção social relativa à saúde dos homens (Rosen, 1994; Scliar, 2002; Brasil, 2005). No final da Idade Média, o modelo médico e político de intervenção que surgia para a organização sanitária das cidades deslocava-se do isolamento para a quarentena. Três experiências iniciadas no século XVIII, na Europa, irão constituir os elementos centrais das atuais práticas da ‘vigilância em saúde’: a medicina de estado, na Alemanha; a medicina urbana, na França; e a medicina social, na Inglaterra (Foucault, 1982).
O desenvolvimento das investigações no campo das doenças infecciosas e o advento da bacteriologia, em meados do século XIX, resultaram no aparecimento de novas e mais eficazes medidas de controle, entre elas a vacinação, iniciando uma nova prática de controle das doenças, com repercussões na forma de organização de serviços e ações em saúde coletiva (Brasil, 2005). Surge, então, em saúde pública, o conceito de ‘vigilância’, definido pela específica, mas limitada, função de observar contatos de pacientes atingidos pelas denominadas ‘doenças pestilenciais’ (Waldman, 1998).
A partir da década de 1950, o conceito de ‘vigilância’ é modificado, deixando de ser aplicado no sentido da ‘observação sistemática de contatos de doentes’, para ter significado mais amplo, o de ‘acompanhamento sistemático de eventos adversos à saúde na comunidade’, com o propósito de aprimorar as medidas de controle (Waldman, 1998).
Em 1963, Alexander Langmuir, conceituou ‘vigilância em saúde’ como a “observação contínua da distribuição e tendências da incidência de doenças mediante a coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes de morbidade e mortalidade, assim como de outros dados relevantes, e a regular disseminação dessas informações a todos os que necessitam conhecê-la” (Brasil, 2005).
Esta noção de ‘vigilância’, ainda presente nos dias atuais, baseada na produção, análise e disseminação de informações em saúde, restringe-se ao assessoramento das autoridades sanitárias quanto à necessidade de medidas de controle, deixando a decisão e a operacionalização dessas medidas a cargo das próprias autoridades sanitárias (Waldman, 1998).
Em 1964, Karel Raska, propõe o qualificativo ‘epidemiológica’ ao conceito de ‘vigilância’ – designação consagrada no ano seguinte com a criação da Unidade de Vigilância Epidemiológica da Divisão de Doenças Transmissíveis da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 1968, a 21ª Assembléia Mundial da Saúde promove ampla discussão sobre a aplicação da ‘vigilância’ no campo da saúde pública, que resulta em uma visão mais abrangente desse instrumento, com recomendação de sua utilização não só em doenças transmissíveis, mas também em outros eventos adversos à saúde (Waldman, 1998).
Um dos principais fatores que propiciaram a disseminação da ‘vigilância’ como instrumento em todo o mundo foi a ‘campanha de erradicação da varíola’, nas décadas de 1960 e 1970. Neste período, no Brasil, a organização do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (1975), se dá através da instituição do Sistema de Notificação Compulsória de Doenças. Em 1976, é criada a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária. No caso da vigilância ambiental, começou a ser pensada e discutida, a partir da década de 1990, especialmente com o advento do Projeto de Estruturação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde - VIGISUS (Brasil, 1998; EPSJV, 2002).

O DEBATE ATUAL
As discussões que se intensificaram a partir da década de 1990 em torno da reorganização do sistema de ‘vigilância epidemiológica’, tornando possível conceber a proposta de ação baseada na ‘vigilância da saúde’, continham pelo menos três elementos que deveriam estar integrados: 1) a ‘vigilância’ de efeitos sobre a saúde, como agravos e doenças, tarefa tradicionalmente realizada pela ‘vigilância epidemiológica’; 2) a ‘vigilância’ de perigos, como agentes químicos, físicos e biológicos que possam ocasionar doenças e agravos, tarefa tradicionalmente realizada pela ‘vigilância sanitária’; 3) a ‘vigilância’ de exposições, através do monitoramento da exposição de indivíduos ou grupos populacionais a um agente ambiental ou seus efeitos clinicamente ainda não aparentes (subclínicos ou pré-clínicos), este último se coloca como o principal desafio para a estruturação da ‘vigilância ambiental’ (Freitas & Freitas, 2005; EPSJV, 2002).
No Brasil, o processo de implantação dos distritos sanitários buscava organizar os esforços para redefinir as práticas de saúde, tentando articular a epidemiologia, o planejamento e a organização dos serviços (Teixeira, 2000). Naquele momento, a preocupação incidia sobre a possibilidade de reorganizar a prestação dos serviços, buscando a integração das diferentes lógicas existentes: a atenção à demanda espontânea, os programas especiais e a oferta organizada dos serviços, com base na identificação das necessidades de saúde da população.
A excessiva fragmentação observada na institucionalização das ações de ‘vigilância’ (epidemiológica, sanitária e ambiental) também é criticada no âmbito de sua construção conceitual.
Três vertentes apontam diferentes concepções em torno da noção de ‘vigilância em saúde’: uma primeira, que a entende como sinônimo de ‘análise de situações de saúde’, embora amplie o objeto da ‘vigilância epidemiológica’, abarcando não só as doenças transmissíveis, não incorpora as ações voltadas ao enfrentamento dos problemas. A segunda vertente concebe a ‘vigilância em saúde’ como integração institucional entre a ‘vigilância epidemiológica’ e a ‘vigilância sanitária’, resultando em reformas administrativas e, em alguns casos, no fortalecimento das ações de ‘vigilância sanitária’ e na articulação com os centros de saúde. Por fim, a terceira noção concebe a ‘vigilância em saúde’ como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias, organizando processos de trabalho em saúde sob a forma de operações para enfrentar problemas que requerem atenção e acompanhamento contínuos. Estas operações devem se dar em territórios delimitados, nos diferentes períodos do processo saúde-doença, requerendo a combinação de diferentes tecnologias (Teixeira, Paim & Vilasboas, 1998). Nesta última concepção são revistos os sujeitos, os objetos, meios de trabalho e as formas de organização dos processos de trabalho envolvidos.
De acordo com Teixeira, Paim e Vilasboas (1998), o sistema de saúde brasileiro após a constituição de 1988 vem buscando construir modelos de atenção que respondam de forma eficaz e efetiva às reais necessidades da população brasileira, seja em sua totalidade, seja em suas especificidades locais. Os modelos hegemônicos atuais – o médico-assistencial, pautado na assistência médica e no hospital, e o modelo sanitarista, baseado em campanhas, programas e em ações de ‘vigilância epidemiológica’ e ‘sanitária’ – não conseguem mais responder à complexidade e diversidade dos problemas de saúde que circunscrevem o cidadão comum nesse início de século.
A busca por modelos alternativos que, sem negar os anteriores, conjuguem as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde a outras formas de cuidado voltadas para qualidade de vida das coletividades, incorporando atores sociais antes excluídos do processo de produção da saúde, é estratégia para superar o ciclo biologicista, antropocêntrico, medicalizante e iatrogênico em que se encontra o sistema de saúde há quase um século.
A ‘vigilância em saúde’, entendida como rearticulação de saberes e de práticas sanitárias, indica um caminho fértil para a consolidação do ideário e princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Apoiada no conceito positivo do processo saúde-enfermidade, ela desloca radicalmente o olhar sobre o objeto da saúde pública – da doença para o modo de vida (as condições e estilos de vida) das pessoas. Entendida como uma ‘proposta de ação’ e uma ‘área de práticas’, a ‘vigilância em saúde’ apresenta as seguintes características: intervenção sobre problemas de saúde que requerem atenção e acompanhamento contínuos; adoção do conceito de risco; articulação entre ações promocionais, preventivas, curativas e reabilitadoras; atuação intersetorial; ação sobre o território; e intervenção sob a forma de operações (Paim & Almeida Filho, 2000).
Fundamentada em diferentes disciplinas (epidemiologia, geografia crítica, planificação em saúde, ciências sociais, pedagogia, comunicação etc.), a ‘vigilância em saúde’ recorre a uma ‘associação de tecnologias’ (materiais e não materiais) para enfrentar problemas (danos e riscos), necessidades e determinantes sócio-ambientais da saúde. Como combinação tecnológica estruturada para resolver questões postas pela realidade de saúde, a ‘vigilância em saúde’ tem sido reconhecida como um ‘modelo de atenção’ ou como um ‘modo tecnológico de intervenção em saúde’ (Paim & Almeida Filho, 2000) ou uma via para a construção e a implementação da diretriz da integralidade.
O pensar sistemático sobre o conhecimento, o objeto e o trabalho em saúde dá suporte para a operacionalização do trinômio ‘informação-decisão-ação’, dimensões estratégicas para o planejamento. Esta reflexão coloca tanto para o diagnóstico quanto para a ação a importância do olhar de cada ator social sobre o seu cotidiano. Portanto, os processos de trabalho da ‘vigilância em saúde’ apontam para o desenvolvimento de ações intersetoriais, visando responder com efetividade e eficácia aos problemas e necessidades de saúde de populações e de seus contextos geradores.
Para Carvalho (2005), embora a corrente da ‘vigilância em saúde’ venha contribuindo para a consolidação do SUS e aponte corretamente para a reorganização do modelo assistencial, é preciso indicar suas debilidades teóricas e práticas. A ‘vigilância em saúde’ tenderia a desconsiderar a importância do saber clínico acumulado ao longo da história, dando ênfase demasiada ao papel da epidemiologia e do planejamento na determinação das necessidades de saúde. O autor assinala ainda a subordinação do universo do sofrimento à lógica dos fatores e condições de risco presente na proposta da ‘vigilância em saúde’. Em nome do coletivo, esta tenderia a desconsiderar os planos do desejo e do interesse individual que conformam o sujeito. Por fim, à ênfase dada ao método epidemiológico na priorização dos problemas de saúde põe em questão a afirmação de que a ‘vigilância em saúde’ teria como objeto a saúde e não a doença.
Outra vertente de crítica diz respeito à intersetorialidade. Para Lefévre e Lefévre (2004), ao afirmar que a saúde é responsabilidade de todos setores (habitação, emprego, renda, meio ambiente etc.), a ‘vigilância em saúde’ esvaziaria a ação específica do setor saúde em detrimento de ações políticas globais com alto grau de generalidade.

A ÁREA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE
A crescente responsabilização dos municípios na organização das ações básicas de ‘vigilância em saúde’, conforme disposto no Pacto de Gestão (Brasil, 2006), vem indicando ao sistema de saúde a necessidade de formação dos trabalhadores desta área. A constituição e a consolidação próprias de cada uma das estruturas operacionais da ‘vigilância em saúde’ (epidemiológica, sanitária e ambiental) têm como legado a fragmentação institucional das ações e dos processos formativos. Quando organizadas em bases de conhecimentos e de práticas aparentemente independentes, as ‘vigilâncias’ desperdiçam um extraordinário potencial analítico e de intervenção sobre os condicionantes da produção social de saúde e doença.
A formulação de propostas para a educação profissional em saúde, muito embora possa representar importante colaboração para as mudanças almejadas, sempre encontrará limitações dadas pela própria cultura institucional e a organização das práticas de saúde. Para Paim & Almeida-Filho (2000, p. 81), “a revisão e o desenvolvimento curricular podem ser medidas necessárias para a reatualização das instituições de ensino face à reorganização das práticas de saúde, porém insuficientes para alterar o modo de produção dos agentes”.
A formação para o trabalho na ‘vigilância em saúde’ deve ter a pesquisa como eixo central para a realização da prática estratégica – informação/decisão/ação, através do reconhecimento do território/população, do domínio do planejamento como ferramenta capaz de mobilizar os diversos atores na resolução dos problemas identificados e da ação comunicativa (Paim & Almeida Filho, 2000).
Do mesmo modo, é importante adotar como referência para o projeto educativo o conceito de prática de saúde, o que significa privilegiar, num primeiro momento, as dimensões objetivas do processo de trabalho (objetos, meios e atividades), valorizando as relações técnicas e sociais que permeiam tais práticas assim como os aspectos simbólicos e as representações embutidas na interação dos agentes entre si, destes com segmentos da população e de ambos com as organizações e instituições (Paim & Almeida Filho, 2000).
Se o propósito for transformar as práticas de saúde mediante a redefinição de políticas e a reorganização dos processos de trabalho, não se pode subestimar a questão pedagógica. Cumpre assim aproveitar as oportunidades de mudança no modo de produção desses agentes, surgidas na conjuntura, buscando constituir novos sujeitos-agentes ético-políticos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mitos e verdades sobre a dermatite seborréica

Mitos e verdades sobre a dermatite seborréica




Cortar ou raspar os cabelos leva à cura da dermatite seborréica?
Mito: está comprovado que não há relação entre o tamanho do fio de cabelo e a presença de descamação. Dessa forma, cortar ou raspar os cabelos não leva à cura da doença, mas pode aliviar o quadro e ajudar no tratamento com xampus.


A dermatite seborréica é contagiosa?
Mito: sabe-se que a dermatite seborréica é uma doença constitucional, ou seja, relacionada às características do próprio paciente portador, não sendo transmitida por contato direto ou por objetos de uso pessoal.


A limpeza do couro cabeludo diminui a seborréia?
Verdade: a limpeza do couro cabeludo com xampus destinados a remover as escamas, a oleosidade e os fungos diminuem a seborréia. Mas o paciente também deverá eliminar os fatores agravantes e reguladores da doença.
Caspa é sinônimo de falta de higiene?
Mito: indivíduos portadores de dermatite seborréica causam repugnância em algumas pessoas, que associam a doença à falta de higiene da pele e dos cabelos. Não há, no entanto, relação. A dermatite causa produção contínua de sebo, mesmo quando os cabelos são lavados. O necessário é uma orientação correta em relação a xampus específicos a serem usados.
No inverno há piora da dermatite seborréica?
Verdade: o clima frio determina uma maior descamação do couro cabeludo, devido à maior velocidade de crescimento e maturação celular. Além dos banhos muito quentes, que pioram o estado seborréico.
O sol e a água do mar melhoram a dermatite seborréica?
Mito: Não há melhora do quadro. Seja qual for o tipo de cabelo, deverá haver proteção contra os malefícios do sol e da água do mar. Pode haver uma falsa melhora, com a diminuição da oleosidade por alguns dias.


Massagens capilares pioram o estado seborréico? Mito: Não há relação entre as massagens e piora ou melhora da dermatite seborréica.
Existem doenças que facilitam a presença da seborréia?
Verdade: Algumas doenças como diabetes, AIDS, distúrbios neurológicos (como mal de Parkinson e epilepsia) e obesidade, entre outras predispõem o indivíduo a desenvolver a doença. Nesses casos, ela é mais intensa e de difícil controle.
Alimentos gordurosos e a bebida alcoólica podem influenciar a dermatite seborréica?
Controverso: alguns pacientes relatam que a ingestão destes alimentos agravam o quadro. Mas não existem estudos comprovando a relação. De fato, se o paciente sente a piora, ele deve evitar o consumo.
O estado emocional de estresse e descontrole psíquico interferem na seborréia?
Verdade: esses fatores já foram comprovados cientificamente como agravantes da dermatite seborréica em pacientes predispostos.
Há relação hormonal com o estado de oleosidade da pele?
Verdade: o hormônio sexual masculino tem influência direta sobre as glândulas sebáceas, levando-as a um aumento e à hiperatividade. Consequentemente, há maior produção de sebo. O sexo masculino é, por isso, mais acometido.
A dermatite seborréica pode levar à queda de cabelos?
Verdade: cerca de 72% dos indivíduos acometidos pela doença apresentam algum grau de queda, que pode ser controlada com o tratamento.
Existem alguns medicamentos que produzem a dermatite seborréica?
Mito: existem alguns medicamentos que levam a um quadro dermatológico semelhante ao de dermatite seborréica, com oleosidade e descamação do couro cabeludo e da pele. Entre eles estão o arsênico, sais de ouro, metildopa, cimetidina e neurolépticos. Com a suspensão do medicamento, há melhora e regressão do quadro.
Lavar os cabelos todos os dias prejudica a raiz, levando à queda?
Mito: a lavagem diária dos cabelos não interfere nos bulbos capilares. Os fios que caem durante a lavagem já estão em fase de queda e cairiam de qualquer forma. Apenas a superfície da pele se embebe com água. Não há penetração na raiz e não há, portanto, apodrecimento dos cabelos.
O uso contínuo de xampus terapêuticos resseca os cabelos e consequentemente os enfraquece?
Mito: o ressecamento dos cabelos está relacionado às propriedades cosméticas e farmacêuticas de cada xampu. Assim, algumas substâncias adicionadas ao xampu não deixam ressecar os fios de cabelo e facilitam o penteado.
O uso de condicionador pode causar queda de cabelos?
Mito: os condicionadores não interferem na fase da queda dos cabelos. Assim, em pessoas sem predisposição para a queda de cabelos, estes produtos não alteram o ciclo dos pêlos.

Fonte: Maura Simões Bressan, médica do Serviço de Dermatologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Texto extraído da palestra proferida na ocasião do lançamento do produto Ortosol P, do Laboratório Galderma

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

COMPLICAÇÕES INTRA-OPERATÓRIAS POTENCIAIS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

COMPLICAÇÕES INTRA-OPERATÓRIAS POTENCIAIS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM


O paciente cirúrgico está sujeito a diversos riscos e as complicações intra-operatórias potenciais. Cabe a nós enfermeiros estarmos atentos quanto às anormalidades e comunicá-las ao anestesista e aos cirurgiões, o mais rápido possível no sentido de diminuir estas complicações apresentadas. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi identificar as complicações intra-operatória potenciais e as melhores implicações para a assistência de enfermagem. Enfatizando a etapa de coleta de dados, assim, nos propusemos a pesquisar o que a enfermagem tem descrito sobre esse tema. Esperamos que desta forma assistência humanizada ao paciente, por meio de uma sistematização da assistência mais perfeita, pois é o meio pelo qual o enfermeiro consegue atender legitimamente as necessidades do paciente no intra-operatório.
PALAVRAS-CHAVE: Intra-Operatório, Complicações, Assistência de Enfermagem.

INTRODUÇÃO

Segundo Nettina (2003), a finalidade da anestesia é propiciar analgesia, sedação e relaxamento muscular apropriado para o tipo de procedimento cirúrgico e deste modo controlar o sistema nervoso autonômico. Mas doses excessivas de anestésico, assim como, uma não preparação psicológica, espiritual e fisiológica do paciente na visita domiciliar e no período pré-operatório contribuem ainda mais para complicações intra-operatórias.

O paciente cirúrgico está sujeito a diversos riscos e as complicações intra-operatórias potenciais compreendem náuseas, vômitos, anafilaxia, hipóxia, hipotermia, hipertemia maligna e coagulação intravascular disseminada, dentre outras. Cabe a nós enfermeiros estarmos atentos quanto às anormalidades e comunicar ao anestesista e cirurgião, o mais rápido possível no sentido de diminuir as complicações apresentadas (SMELTZER e BARE, 2004).

O enfermeiro intra-operatório tem uma posição de liderança no contexto da implementação na assistência de enfermagem baseada em evidências, sendo que este atua constantemente com a equipe anestésico-cirúrgica e surge oportunidade na identificação de problemas potenciais relevantes no ato cirúrgico, uma vez que na enfermagem intra-operatória, avalia as complicações baseadas em evidências clínicas ou na opinião dos profissionais com objetivo de prestar uma melhor assistência.

Para Moloney e Maggs (1999) Apud Poveda (2005), a revisão sistemática na enfermagem pode identificar os efeitos benéficos de diferentes intervenções no intra-operatório visando uma prática assistencial, bem como estabelecer lacunas do conhecimento e identificar qual a extensão da complicação intra-operatória e as melhores implicações para a assistência de enfermagem prestada ao paciente.

Segundo as informações levantadas, surge o seguinte questionamento: Quais as complicações intra-operatória potenciais e as melhores implicações para a assistência de enfermagem prestada ao paciente?

Desta forma, temos como objetivo geral identificar as complicações intra-operatória potenciais e as melhores implicações para a assistência de enfermagem prestada ao paciente, e como objetivos específicos analisar os fatores de risco para o desenvolvimento de complicações no intra-operatório, avaliar assistência de enfermagem prestada aos pacientes no período intra-operatório, averiguar os cuidados prestados pelos enfermeiros no intra-operatório, avaliar a participação dos profissionais de enfermagem na promoção de saúde, identificar as medidas preventivas visando à educação em saúde.

A finalidade do presente estudo consiste em propor uma assistência ao paciente com complicações intra-operatórias, ressaltando a acuidade na aplicabilidade adequada das intervenções, na intenção de amenizar e reverter essas complicações. Esses são aspectos na diminuição das sequelas pós-operatórias e consequentemente na prevenção de outras patologias associadas.

Assim, justifica também a ação do enfermeiro em intervir no momento correto, indispensável para o tratamento cirúrgico, além disso, adequar programas de visitas domiciliares nas cirurgias eletivas, em busca de dados do paciente como reações a alguns medicamentos e alimentos, uso do tabaco, as funções fisiológicas, os aspectos psicossociais e espirituais, com o objetivo de identificar e tratar quaisquer complicações ou ainda adiar a cirurgia se necessário.

Realizamos o levantamento bibliográfico, no período de julho a novembro de 2008, bem como a análise descritiva e exploratória, que teve por finalidade investigar, na literatura, livros, revistas e artigos, que discorressem sobre as complicações intra-operatória potenciais e as melhores implicações para a assistência de enfermagem prestada ao paciente.

Enfatizando a etapa de coleta de dados, assim, nos propusemos a pesquisar o que a enfermagem tem descrito sobre esses temas e de que forma a assistência de enfermagem esta sendo prestada no intra-operatório.

DESENVOLVIMENTO

Salienta Galvão et al (2004), que o enfermeiro utiliza o processo de enfermagem como metodologia assistencial para o planejamento e implementação dos cuidados de enfermagem no período intra-operatório. Pois necessita avaliar o paciente com todo, durante o transcorrer do procedimento anestésico-cirúrgico.

Levando em consideração a pessoa do paciente, a gravidade de sua doença, seu estado de saúde, a necessidade da realização do ato operatório, a segurança e a proteção da equipe de enfermagem, bem como os aspectos ético-legais, podemos propor algumas medidas em diferentes situações.

A náusea e o vômito, ou regurgitação, podem afetar os paciente durante o período intra-operatório. Se ocorrer o engasgo, o paciente deve ser virado de lado, a cabeceira da mesa abaixada e uma cuba é fornecida para coletar o vômito (SMELTZER e BARE, 2004).

Afirmam Smeltzer e Bare (2002), que o posicionamento cirúrgico somado às ações das medicações anestésicas gerais, acabam potencializando os riscos de inalação dos conteúdos gástricos.

Para Smeltzer e Bare (2004), em alguns casos o anestesista ou o cirurgião principal administra antieméticos, no período pré-operatório ou intra-operatório, para se contrapor à possível aspiração. Se o paciente aspira o vômito, deflagra-se uma crise semelhante à asma, com espasmos brônquicos graves e sibilos. A pneumonite e o edema pulmonar podem se desenvolver de forma subsequente, levando à hipóxia extrema. Está sendo dada uma crescente atenção para a regurgitação silenciosa do conteúdo gástrico, o que ocorre com maior frequência do que se imaginava anteriormente.

A aspiração é empregada para remover a saliva e o conteúdo gástrico vomitado. Não existe maneira isolada para evitar as náuseas e os vômitos; o melhor é uma conduta interdisciplinar envolvendo o cirurgião, anestesiologista ou anestesista e a equipe de enfermagem (SMELTZER e BARE, 2004).

Quanto ao diagnóstico de enfermagem de risco para aspiração Knobel (1998) Apud Pra e Piccoli (2004), coloca que os pacientes com depressão do nível de consciência, incapazes de deglutir ou tossir, estão em risco de contaminações pelo conteúdo gástrico, conteúdo traqueobrônquico ou pulmonar contralateral.

Compete ao enfermeiro monitorar a possibilidade da aspiração de resíduos gástricos, observando os indicadores de intolerância à sonda nasogástrica, investigar o desenvolvimento de dispnéia, tosse, taquipnéia, cianose. Auscultar os sons respiratórios (DOENGES ET AL, 2003).

Relatam Smeltzer e Bare (2004), assim como a qualquer momento que uma substância não-própria é introduzida no paciente, existe o potencial para uma reação anafilática. Como os medicamentos são a causa mais comum de anafilaxia, os enfermeiros intra-operatórias devem estar cientes do tipo e método de anestesia utilizada, bem como os dos agentes específicos. Uma reação anafilática pode ocorrer em resposta a muitos medicamentos, látex ou outras substâncias. Embora essas reações sejam raras, o enfermeiro deve ficar alerta para a possibilidade e observar o paciente para as alterações nos sinas vitais e sintomas de anafilaxia.

Admite Nettina (2003), que o enfermeiro deve estabelecer e manter as vias aéreas adequadas, administrar oxigênio conforme necessário, monitorar continuamente a pressão arterial, administrar infusão rápida de líquidos IV, para preencher o sistema circulatório vasodilatado e aumentar a pressão arterial, monitorar a pressão venosa central, para garantir o volume hídrico adequado e evitar a sobre carga hídrica, inserir sonda de demora e monitorar o débito urinário a cada hora, visando garantir a perfusão renal.

A ventilação inadequada, a oclusão da via aérea, a intubação inadvertida do esôfago e a hipóxia são problemas potenciais significativos da anestesia geral. Muitos fatores podem contribuir para a ventilação inadequada. A depressão respiratória causada por agentes anestésicos, aspiração de secreções do trato respiratório ou vômito, e a posição do paciente na mesa de cirurgia podem comprometer a troca gasosa. A variação anatômica pode dificultar a visualização da traquéia e resultar na introdução da via aérea artificial no esôfago em lugar da traquéia. Além desses perigos, podem ocorrer as asfixias causadas por corpos estranhos na boca, espasmo das cordas vocais, relaxamento da língua ou aspiração de vômitos, saliva ou sangue. Como a lesão cerebral devido à hipóxia ocorre dentro de minutos, o exame vigilante do estado de oxigenação do paciente é uma função primária do anestesiologista ou anestesista e do enfermeiro circulante. A perfusão periférica é frequentemente verificada, sendo os valores da oximetria de pulso monitorados de maneira contínua (SMELTZER e BARE, 2004).

Risco para função respiratória alterada, relacionado à diminuição dos níveis de consciência pelos efeitos sedativos da medicação, assim como a paralisação muscular secundárias ao procedimento anestésico-cirúrgico (NANDA, 2002).

Cabe ao enfermeiro avaliar a função respiratória observando respirações rápidas, superficiais, dispnéia e o desenvolvimento de cianose, alterações nos sinais vitais, auscultar sons respiratórios, observar a excursão torácica e a posição da traquéia, examinar frêmito, monitorar quanto ao padrão respiratório sincronizado quando em uso de ventilador mecânico (DOENGES ET AL, 2003).

Descreve Kawamoto (1986) citado por Prá e Piccoli (2004), que as drogas anestésicas resultam em depressão do sistema nervoso fazendo com que o paciente na sala de operação, em geral, apresente-se hipotérmico.

Logo, Smeltzer e Bare (2004), relatam que no ato anestésico, a temperatura do paciente pode cair. Porque o metabolismo de glicose mostra-se reduzido, e, em consequência disso, a acidose metabólica pode desenvolver-se. Essa condição é chamada de hipotermia e é indicada por uma temperatura corporal central abaixo da normal (36,6ºC ou menos).

Portanto, afirmam Graven e Hirnle (2006), que na cirurgia, por inúmeros fatores, incluindo a temperatura ambiente diminuída na sala de cirurgia, a perda sanguínea, a administração de líquidos intravenosos (IV), a exposição da área de superfície corporal, as soluções frias de preparação cutânea e a consciência diminuída, podem levar também à hipotermia. Além disso, a idade do cliente pode afetar a termorregulação.

Igualmente, relata Nanda (2002), que o risco para temperatura corporal desequilibrada, está relacionado ao risco de não conseguir manter a temperatura corporal equilibrada.

Para Smeltzer e Bare (2004), prevenir a hipotermia é uma meta importante. Se a hipotermia acontece, o objetivo da intervenção do enfermeiro consiste em minimizar ou reverter o processo fisiológico. A finalidade reside no retorno seguro à temperatura corporal normal.

No entanto, reforçam Graven e Hirnle (2006), que a assistência do enfermeiro é fornecer cobertores aquecidos, usar aparelhos de aquecimento elétrico, aquecer as preparações cutâneas e as soluções (IV) e minimizar a exposição da superfície corporal ajuda a aliviar a perda calórica temporal.

Outro problema cirúrgico potencial da regulação da temperatura corporal é a hipertermia maligna, um distúrbio hipermetabólico da musculatura esquelética que pode ser induzido por alguns agentes anestésicos, inclusive determinados inalantes e relaxantes musculares (SMELTZER e BARE, 2004).

Mas para Graven e Hirnle (2006), a hipertermia maligna é um distúrbio muscular hereditário, quimicamente induzido por agentes anestésicos, os clientes que apresentam uma historia familiar positiva são particularmente suscetíveis. Essa complicação manifesta-se por rigidez do músculo masseter (mandíbula) e disritmias ventriculares, as quais estão associadas à taquipnéia (respirações rápidas), cianose, manchas na pele e pressão arterial instável. Esses sintomas são seguidos por um aumento na temperatura corporal (possivelmente 1°C a cada 5 minutos, quando não-retirada).

As pessoas suscetíveis incluem aquelas com músculos fortes e volumosos, uma história de cãibras musculares ou fraqueza muscular e elevação inexplicada da temperatura, e a morte inexplicada de um membro da família durante a cirurgia que foi acompanhada por uma resposta febril (SMELTZER e BARE, 2004).

É mais provável que tal complicação mortal ocorra em pessoas mais jovens, gerando um acúmulo intracelular anormal e excessivo de cálcio com o resultante hipermetabolismo e contração muscular aumentada (NETTINA, 2003).

Embora a hipertermia maligna geralmente se apresente em torno de 10 a 20 minutos depois da indução da anestesia, ela também pode ocorrer nas primeiras 24 horas depois da cirurgia. Logo que o diagnóstico seja feito, a anestesia e a cirurgia são interrompidas e o paciente é hiperventilado com oxigênio a 100%. O dantrolene sódico, um relaxante da musculatura esquelética, e o bicarbonato de sódio são administrados de imediato. A monitoração contínua de todos os parâmetros é necessária para avaliar o estado do paciente (SMELTZER e BARE, 2004).

Para Smeltzer e Bare (2004), é primordial que o médico, o anestesista e a equipe de enfermagem reconheçam os sintomas precocemente e interrompam a anestesia de imediato. As metas do tratamento são diminuir o metabolismo, reverter a acidose metabólica e respiratória, corrigir as disritmias, diminuir a temperatura corporal, fornecer oxigênio e nutrientes para os tecidos e corrigir o desequilíbrio eletrolítico. A Malignant Hyperthermia Association of North América (MHAUS) publica um protocolo de tratamento que deve ser afixado na sala de cirurgia ou estar prontamente disponível em um carrinho de hipertermia maligna.

Ressaltam Graven e Hirnle (2006), que a febre possa ser um sinal tardio da hipertermia maligna. Por conseguinte, além de identificar as pessoas suscetíveis, os enfermeiros devem monitorar a rigidez muscular e a temperatura corporal com rigor durante a cirurgia para todos os clientes.

Contudo, Smeltzer e Bare (2004), dizem que embora a hipertermia maligna seja raro, o enfermeiro deve identificar os pacientes em risco, reconhecer os sinais e sintomas, ter o medicamento e o equipamento apropriado disponíveis e estar instruído sobre o protocolo. Essa informação pode salvar a vida.

A coagulação intravascular disseminada é uma condição com risco de vida caracterizada pela formação de trombo e depleção de determinadas proteínas da coagulação. A causa exata é desconhecida, mas os fatores predisponentes incluem muitas condições que podem acontecer com a cirurgia de emergência, com o trauma maciço, trauma de crânio, transfusão maciça, envolvimento hepático ou renal, eventos embólicos ou choque (SMELTZER e BARE, 2004).

Descreve Nettina (2003), perfusão tissular prejudica relacionada à diminuição do fluxo sanguíneo. Competi ao enfermeiro realizar frequentes verificações do membro afetado, inspecionar o membro inferior, pé para novas áreas de ulceração existente, fornecer e estimular a dieta bem-equilibrada, para melhor a cicatrização da lesão, estimular a deambulação ou realização dos exercícios de amplitude de movimento, para aumentar o fluxo sanguíneo, o que pode aumentar a circulação central, e administrar anti-coagulantes conforme prescrição médica.

CONCLUSÃO

Compreendemos que o enfermeiro ao observar o paciente no pré-operatório necessita acompanhar o procedimento anestésico-cirúrgico, assim como nortear as ações de enfermagem a serem realizadas no período trans-operatório.

Acreditamos que desta forma ocorrerá uma melhor assistência individualizada e humanizada ao paciente, por meio de uma sistematização da assistência mais perfeita, pois é o meio pelo qual o enfermeiro consegue atender legitimamente as necessidades do paciente.

Por isso entende-se o valor do enfermeiro no intra-operatório, pois o mesmo deve estar sistematizando a assistência, por meio da qual será possível levantar os possíveis diagnósticos de enfermagem do paciente e a partir destes traçar os cuidados de enfermagem a serem realizados no período intra-operatório, considerando que por meio da identificação dos diagnósticos de enfermagem podemos planejar, prescrever e programar as condutas de enfermagem proporcionando ao paciente uma assistência humanizada e de qualidade.

REFERÊNCIAS:

DOENGES, E. Marilynn.; MOORHOUSE, F. Mary.; GEISSLER, C.; Aline. Plano de Cuidados de Enfermagem 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

GALVÃO, C. M.; SAWADA, N.O. TREVIZAN, M.A. Revisão sistemática: recurso que proporciona a incorporação das evidências na prática da enfermagem, 2004.

GRAVEN, Ruth F.; HIRNLE, Constance J.: Fudamentos de Enfemagem 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

NANDA. North American Nursing Diagnosis Association. Diagnósticos de enfermagem: definições e classificações. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.

NETTINA, Sandra M.: Prática de Enfermagem. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G.: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúgica, vol. 2. 10ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro RJ, 2004.

______________________ Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

PRÁ, L. A.; PICCOLI, M. - Enfermagem perioperatória: diagnósticos de enfermagem fundamentados na teoria de Ida Jean Orlando. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, nº 02, 2004. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen.

POVEDA, Vanessa de Brito; PICCOLI, Marister; GALVÃO, Cristinha Maria; SAWADA, Namie Okino. Métodos de prevenção e reaquecimento do paciente para o perioperatório.Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 07, n. 03, p. 266 - 272, 2005. Disponível em http://www.fen.ufg.br/Revista/revista7_3/original_02.htm. Acesso em: 02.08.2008.

domingo, 9 de outubro de 2011

Afta

AFTA
As úlceras orais, também chamadas de úlceras aftosas, estomatites aftóides ou simplesmente aftas, são lesões muito comuns da mucosa oral. Neste texto vamos explicar o que são as aftas, quais suas causas e possíveis tratamentos.


Aftas são lesões benignas que não costumam causar maiores problemas além do desconforto. Porém, algumas doenças mais graves da cavidade oral podem se manifestar com lesões ulceradas muito semelhantes, o que pode causar alguma confusão. Um exemplo é o câncer da cavidade oral, que nas fases inicias pode se parecer com uma afta.

Vamos primeiro falar da afta simples. Na parte final do texto descreveremos as outras úlceras orais que merecem maior cuidado.

O que é uma afta?


A afta é uma úlcera que pode surgir em qualquer ponto da cavidade oral: língua, lábios, gengiva, garganta, úvula... São lesões ovais, esbranquiçadas (às vezes amareladas), rasas e limpas, ou seja, não apresentam pus, bactérias ou outros sinais de infecção. Podem ser únicas ou múltiplas, pequenas ou grandes.



Todo mundo já teve pelo menos uma afta ao longo da vida; 20% da população sofre com aftas recorrentes. São mais comuns em pré-adolescentes, adolescentes e adultos jovens, tendendo a diminuir sua incidência com o passar do anos.

Apesar de serem lesões benignas, as aftas são muito dolorosas e muitas vezes atrapalham atividades simples como falar, comer e beijar. Por maior e mais numerosas que sejam, não são causas de mau-hálito (leia: SAIBA COMO ACABAR COM O MAU HÁLITO).


As aftas não são contagiosas, mas as suas causas não estão completamente esclarecidas. Parecem ser causadas por desbalanços no sistema imune. Alguns dos gatilhos conhecidos são:


- Traumas locais, como mordidas acidentais.
- Estresse psicológico.
- Poucas horas de sono.
- Helicobacter pylori, a mesma bactéria que causa úlcera gástrica (leia: Como e quando tratar o H.Pylori (Helicobacter pylori ).
- Algumas pastas de dentes que contenham sódio-lauril-sulfato.
- Refluxo gastro-esofágico (leia: HÉRNIA DE HIATO E REFLUXO GASTROESOFÁGICO).
- Comidas como chocolate, café e bebidas ácidas.
- Cigarro (leia: COMO E PORQUE PARAR DE FUMAR CIGARRO ).
- Alterações hormonais durante o ciclo menstrual.
- Deficiência de algumas vitaminas e minerais como : vit.B12 e vit. C, zinco, ferro e ácido fólico.
- Drogas como anti-inflamatórios (leia: AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS), Rapamicina, Metotrexate, Aspirina e Atenolol.


Algumas pessoas que tenham o costume de deitar pouco tempo depois da última refeição, podem apresentar aftas recorrentes. Este fato provavelmente está relacionado a algum grau de refluxo gastro-esofágico, que leva ao aumento da acidez da cavidade oral. As aftas costumam aparecer um ou dois dias depois, fazendo com que os pacientes, muitas vezes, não relacionem um fato ao outro.

A maioria das aftas dura em média de uma a duas semanas e costuma curar sem deixar cicatriz. As aftas que demoram mais tempo para curar são aquelas que surgem em locais onde há contato constante com os dentes ou com alimentos, sofrendo traumatismos repetidos ao longo do dia.

Algumas pessoas apresentam aftas grandes, chamadas de aftas major, maiores que 1cm e profundas. Estas demoram até seis semanas para desaparecer e podem deixar cicatriz. Existe ainda a afta herpetiforme, formada por múltiplas úlceras pequenas que se juntam e transformam-se em uma lesão grande.

As aftas podem vir acompanhadas de linfonodos no pescoço (ínguas) e, por vezes, de febre baixa e mal estar.

Se você tem dúvidas em relação às diferenças da afta e do herpes labial, sugerimos a leitura do texto: FOTOS | Diferenças entre afta e herpes labial.

Tratamento para afta | Remédio para afta

Não existe remédio milagroso para afta. Nenhuma substância cura a úlcera de um dia para o outro. Como a afta costuma durar até duas semanas, os tratamentos atuais visam acelerar o processo de cicatrização da lesão.

É importante distinguir as pomadas que contém apenas anestésicos, que servem apenas para alívio sintomáticos, daquelas com corticóides e anti-inflamatórios em sua fórmula, que efetivamente podem acelerar a cicatrização.

Os dois medicamentos mais usados para este fim são:
- Amlexanox (Aphthasol®)
- Acetonido de triancinolona (OMCILON- A ®)

O Amlexanox é o que tem apresentado os melhores resultados nos trabalhos científicos.

Na internet é muito fácil achar inúmeras receitas caseiras para tratar as aftas. Deve-se ter cuidado com o que se aplica na lesão para não aumentar a inflamação e piorar o quadro.

Algumas opções aceitáveis, porém não tão efetivas, são:
- Bochechar solução feita com uma colher de leite de magnésia ou bicarbonato de sódio diluído em copo de água.
- Diluir água oxigenada em água comum e aplicar com cotonete diretamente na afta.
- Misturar Difenidramina (Benadryl®) com leite de magnésia e bochechar.

Evite contato direto de substâncias abrasivas puras, como álcool ou bicarbonato em pó. Isto pode irritar a lesão e piorar o quadro. Quando usar diluições para bochechos, sempre cuspa o líquido no final, nunca o engula.


Quando se preocupar com uma afta?

Apesar de benigna na imensa maioria dos casos, a afta pode ser uma manifestação de doenças sistêmicas ou pode ser confundida com lesões graves, como neoplasia da cavidade oral.

Uma consulta com o dentista ou médico estomatologista deve ser avaliada quando:

- a afta for excepcionalmente grande.
- as aftas forem recorrentes com surgimentos de novas logo após a cicatrização das primeiras.
- a afta demorar mais de 3 semanas para cicatrizar.
- houver sinais de infecção na área da afta.
- houver sintomas sistêmicos (febre, perda de peso, perda do apetite ...) que sugiram a presença de alguma doença por trás das aftas.
- houver febre.
- houver úlceras também nos órgãos genitais.

Quais doenças cursam com aftas ou lesões semelhantes?

Normalmente as úlceras orais causadas por doenças sistêmicas são múltiplas e recorrentes. Costumam ter algumas características diferentes das aftas comuns e são acompanhados de outros sintomas.

No Lúpus (leia: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ( LES )), a aftas costumam ser indolores e acompanhadas de lesões de pele e dores nas articulações, ale´m de sintomas sistêmicos como febre baixa e cansaço.

Na doença de Behcet, também uma doença autoimune (leia: DOENÇA AUTO-IMUNE), as aftas são múltiplas, recorrentes e acompanhadas de úlceras também nos órgãos genitais. Também é comum haver lesões nos olhos.

Na doença celíaca e na doença de Crohn (leia: ENTENDA A DOENÇA DE CROHN E A RETOCOLITE ULCERATIVA), as aftas vêm em conjunto com sintomas intestinais, como diarréia e sangue nas fezes (leia: DIARRÉIA. SINAIS DE GRAVIDADE E TRATAMENTO e SANGUE NAS FEZES E HEMORRAGIA DIGESTIVA ).

Neutropenia, que é a queda no número de neutrófilos (um tipo de glóbulo branco) no sangue, também é causa de úlceras orais. Normalmente é visto em doentes em quimioterapia, mas pode ocorrer em qualquer doença ou medicamento que cause neutropenia. (leia: HEMOGRAMA | Entenda os seus resultados.).

Várias infecções podem causar úlceras orais semelhantes a aftas:

O vírus HIV pode causar úlceras orais em fases avançadas (quando já há critérios para AIDS) e também na fase aguda da infecção pelo vírus (leia: SINTOMAS DO HIV E AIDS (SIDA) ).

Infecção pelo Coxsackie virus (herpangina), muito comum em crianças, pode cursar com dores de garganta, febre, pequenas úlceras orais e lesões nas palmas das mãos e plantas dos pés.

A sífilis, tanto a fase primária como a secundária podem cursar com úlceras orais. Normalmente são múltiplas e na fase secundária demoram a cicatrizar (leia: SINTOMAS DA SÍFILIS).

O herpes labial (leia: HERPES LABIAL E GENITAL) se apresenta como vesículas que podem virar pequenas úlceras após romperem-se. O aspecto não é muito parecido com afta, mas pode ser confundido por leigos. São duas doenças diferentes, com etiologias e tratamentos distintos (leia: DIFERENÇAS ENTRE HERPES E AFTA).

Alguns cânceres da cavidade oral podem se apresentar como ulcerações, sendo inicialmente confundidos com aftas comuns (leia: CÂNCER (CANCRO) - SINTOMAS E DEFINIÇÕES). Por isso, toda afta que demora a cicatrizar deve ser avaliada por um médico, principalmente se o paciente for fumante.


Leia o texto original no site MD.Saúde: AFTA | CAUSAS E TRATAMENTO http://www.mdsaude.com/2009/08/afta.html#ixzz1aJF8S8jl

terça-feira, 4 de outubro de 2011

RESPOSTA SOBRE O ESTALAR DOS DEDOS

RESPOSTA SOBRE O ESTALAR DOS DEDOS


As articulações produzem esse ruído quando se formam bolhas no fluido que circunda a articulação.
As articulações são os pontos de encontro de dois ossos, que se mantêm juntos devido aos tecidos conectivos e ligamentos. Todas as articulações do nosso corpo são lubrificadas pelo liquido sinovial. Quando você estala seus dedos, faz com que os ossos da articulação se separem. Ao se separarem, a cápsula de tecido conectivo que circunda a articulação é alongada. Alongando essa cápsula, você aumenta seu volume e esse aumento provoca uma diminuição de pressão. Com a diminuição da pressão do fluido sinovial, os gases dissolvidos no fluido ficam menos solúveis, formando bolhas através de um processo chamado cavitação. Quando a articulação é bastante alongada, a pressão na cápsula diminui tanto que essas bolhas estouram, produzindo o barulho que associamos ao estalo dos nós.

Leva cerca 30 minutos para que o gás se dissolva novamente no fluido da articulação. Durante esse período, os nós não estalarão. Assim que o gás é redissolvido, a cavitação volta a ser possível e você pode começar a estalar de novo

Exames Para Avaliar Função Hepática

PROVAS DE FUNÇÃO HEPÁTICA


Os seguintes exames são os utilizados para avaliação da função do fígado:


TGO (Transaminase Glutâmico-Pirúvica) ou AST (Aspartato aminotranferase)
Diferentemente da transaminase glutâmico-pirúvica (TGP), a transaminase glutâmico-oxalacética (TGO) não é exclusivamente utilizada para a avaliação da integridade dos hepatócitos. A determinação da atividade sérica dessa enzima pode ser útil em hepatopatias e miopatias. Na fase aguda da hepatite viral, valores de TGO superiores ao normal em cerca de 20 vezes ou mais são quase sempre encontrados. Seus níveis também se elevam na hepatite alcoólica e em necroses hepatocíticas tóxicas ou isquêmicas, assim como na mononucleose, na qual, entretanto, a desidrogenase láctica (DHL) aumenta mais.
- Em miopatias, são também observados aumentos de TGO, da mesma forma que de outras enzimas, como a creatinofosfoquinase (CPK) e a DHL. A TGO ainda pode se elevar em infartos renais e pulmonares ou em grandes tumores, sendo acompanhada, em tais casos, de aumentos de DHL, e igualmente no mixedema, nas anemias hemolíticas e em choque. Como a enzima está presente nos eritrócitos, a ocorrência de hemólise amplia sua atividade no soro.

TGP (Transaminase Glutâmico-Pirúvica) ou ALT (Alanina aminotransferase)
O teste tem utilidade na avaliação de hepatopatias, tendo sensibilidade para detectar lesão hepatocítica e sendo recomendado para o rastreamento de hepatites. Aumentos de transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) podem ocasionalmente ser vistos em doenças extra-hepáticas, como miopatias. A presença de outras enzimas, como creatinofosfoquinase (CPK), desidrogenase láctica (DHL), aldolase e transaminase glutâmico-oxalacética (TGO), pode definir o estado de miopatia. A TGP é menos sensível que a TGO para a avaliação de hepatopatia alcoólica.

TP/AP (Tempo de Protrombina/Atividade da Protrombina)
- O tempo de protrombina (TP) consiste no tempo necessário para a formação do coágulo de fibrina após a adição de tromboplastina e cálcio ao plasma. O teste avalia o sistema extrínseco da coagulação, pois é sensível a reduções dos fatores VII, X,V, II (protrombina) e I (fibrinogênio), sendo usado na avaliação de alterações congênitas e adquiridas dos fatores dessa via da coagulação, na monitorização da anticoagulação oral e como teste de triagem pré-operatório.
- O TP está prolongado nas seguintes condições:
-- deficiências de fatores VII, X,V, II (protrombina) e I (fibrinogênio);
-- durante o uso de anticoagulantes orais;
-- na presença de inibidores específicos (anticoagulante lúpico);
-- doenças hepáticas;
-- desordens do metabolismo da vitamina K (deficiência de síntese ou de absorção);
-- na presença de produtos de degradação da fibrina (PDF);
-- coagulação intravascular disseminada (CIVD);
-- disfibrinogenemia, afibrinogenemia e hipofibrinogenemia (menor que 100 mg/dL).
- Em pessoas que usam anticoagulante oral, a estabilização do TP só é atingida em torno de 6 a 10 dias após o início dessa terapêutica e, quando o anticoagulante é suspenso, são necessários de 4 a 7 dias para que o TP volte a níveis normais. A administração de vitamina K parenteral reverte a ação dos anticoagulantes orais de 12 a 14 horas após seu uso.
- Na fase estável de anticoagulação oral, os indivíduos devem ser monitorados com resultados de TP expressos em INR. Na maioria dos casos de uso de anticoagulante oral, o INR tem de ser mantido entre 2,0 e 3,0. As exceções ficam por conta de portadores de válvula cardíaca mecânica, de pessoas com recidiva de trombose (quando esta recidiva ocorreu em vigência de nível terapêutico entre 2,0 e 3,0) e de portadores de síndrome antifosfolipídica, quando podem ser consideradas faixas terapêuticas de INR acima de 3,0.
- É importante lembrar o efeito que medicamentos, alimentação e outras situações causam no resultado deste teste.

GGT ou GAMA-GT (Gamaglutamiltransferase)
A gamaglutamiltransferase (gama-GT) catalisa a transferência do ácido glutâmico de um peptídeo para outro, ligando-o sempre ao grupo gamacarboxílico. Essa enzima parece também facilitar a transferência transmembrana do ácido glutâmico. Assim, o exame contribui para a avaliação das hepatopatias agudas e crônicas, uma vez que a atividade da gama-GT fica elevada nos quadros de colestase intra ou extra-hepática. Os níveis da atividade da enzima também aumentam na doença hepática alcoólica aguda ou crônica e nas neoplasias primárias ou metastáticas. Eventualmente, a dosagem da gama-GT pode ser utilizada na comprovação do uso de álcool. Nesse caso, porém, é importante afastar outras causas de sua elevação.

FA ou FOSFATASE ALCALINA
A determinação da fosfatase alcalina é útil na avaliação e no seguimento de hepatopatias e processos colestáticos em geral, assim como no diagnóstico e no acompanhamento de processos ósseos que resultam em aumento de sua atividade. Não se trata de uma enzima única, mas de uma família de isoenzimas, de origens variadas, principalmente hepática e óssea.

BILIRRIBINAS
A determinação da bilirrubina total e de suas frações é útil na avaliação de hepatopatias, de quadros hemolíticos e, em particular, da icterícia do recém-nascido. Além da eritroblastose fetal, outras causas de icterícia no recém-nascido incluem icterícia fisiológica, reabsorção de hematoma, hipotiroidismo, obstrução das vias biliares, galactosemia, sífilis, toxoplasmose, citomegalia, rubéola, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) e esferocitose.

PROTEÍNAS TOTAIS E FRAÇÕES
O teste é útil na avaliação das hipoproteinemias, quer por defeito de síntese protéica, como ocorre nas hepatopatias e na desnutrição, quer por perda protéica, como na síndrome nefrótica e na enteropatia com perda proteica. As globulinas podem estar elevadas à custa de suas frações alfa-1, alfa-2, beta ou gamaglobulina, o que é possível identificar por meio da eletroforese de proteínas

ELETROFORESE DE PROTEÍNAS
O exame é útil na caracterização de disproteinemias, das quais as mais comuns são:
-- hipoalbuminemia, encontrada na síndrome nefrótica, na cirrose hepática, na desnutrição, na enteropatia com perda protéica e nos processos inflamatórios crônicos;
-- hipogamaglobulinemia primária e secundária, presentes no mieloma múltiplo ou na doença de cadeias leves;
-- hipergamaglobulinemia policlonal, observada na cirrose hepática, nas infecções subagudas e crônicas, nas doenças auto-imunes e em algumas doenças linfoproliferativas;
-- hipergamaglobulinemia monoclonal, encontrada no mieloma múltiplo, na macroglobulinemia de Waldenström e em outras doenças linfoproliferativas malignas.


Fonte:laboratório Fleury

domingo, 2 de outubro de 2011

Cancer de Figado Tratamento




Paciente com cancer no figado no segmento 6 e cirrose hepática. Hepatectomia isolada segmento 6 com acesso Glissoniano. http://www.drmarcel.com.br

Psoríase

Doenças da Pele
Psoríase

O que é?

A psoríase é uma doença da pele bastante frequente. Atinge igualmente homens e mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos, mas pode surgir em qualquer fase da vida.


Sua causa é desconhecida. Fenômenos emocionais são frequentemente relacionados com o seu surgimento ou sua agravação, provavelmente atuando como fatores desencadeantes de uma predisposição genética para a doença. Cerca de 30% das pessoas que têm psoríase apresentam história de familiares também acometidos.


Não é uma doença contagiosa e não há necessidade de evitar o contato físico com outras pessoas.

Manifestações clínicas

Pode apresentar-se de várias maneiras, desde formas mínimas, com pouquíssimas lesões, até a psoríase eritrodérmica, na qual toda a pele está comprometida. A forma mais frequente de apresentação é a psoríase em placas, caracterizada pelo surgimento de lesões avermelhadas e descamativas (foto) na pele, bem limitadas e de evolução crônica.


A psoríase em placas, em geral, se apresenta com poucas lesões mas, em alguns casos, estas podem ser numerosas e atingir grandes áreas do corpo.


Por serem lesões secas, as escamas da psoríase podem se tornar grossas e esbranquiçadas e as localizações mais frequentes são os cotovelos, joelhos, couro cabeludo e tronco.


É comum ocorrerem fases de melhora e de piora. Quando as placas regridem, costumam deixar área de pele mais clara no local afetado.


Outra característica, chamada de fenômeno de Koebner, caracteriza-se pela formação de lesões lineares em áreas de trauma cutâneo, como arranhões. As lesões de psoríase são geralmente assintomáticas, mas pode haver prurido discreto (coceira).

Apresentações menos comuns são a psoríase ungueal , com lesões apenas nas unhas, a psoríase pustulosa, com formação de pústulas principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés e a artrite psoriásica que, mais comum nos dedos das mãos, caracteriza-se por inflamação articular que pode causar até a destruição da articulação.

Outra forma de apresentação é a psoríase gutata , com surgimento eruptivo de pequenas lesões circulares (em gotas), frequentemente associada com infecções de garganta.

A psoríase palmo-plantar é uma manifestação na qual apenas as palmas das mãos e as plantas dos pés estão afetadas, provocando descamação e espessamento da pele, que se torna ressecada e áspera .

O diagnóstico da psoríase é geralmente clínico, mas pode ser confirmado através da realização de uma biópsia, que revelará um quadro bem característico da doença.


Tratamento

O tratamento da psoríase vai depender do quadro clínico apresentado, podendo variar desde a simples aplicação de medicações tópicas nos casos mais brandos até tratamentos mais complexos para os casos mais graves.

A resposta ao tratamento também varia muito de um paciente para outro e o componente emocional não deve ser menosprezado. Uma vida saudável, evitando-se o estresse vai colaborar para a melhora. A exposição solar moderada é de grande ajuda e manter a pele bem hidratada também auxilia o tratamento.

Não existe uma forma de se acabar definitivamente com a psoríase, mas é possível se conseguir a remissão total da doença, obtendo-se a cura clínica. Ainda não é possível, no entanto, afirmar que a doença não vai voltar após o desaparecimento dos sintomas.


Colaboração: Dr. Roberto Barbosa Lima - Dermatologista

Catarata



A Catarata consiste na opacidade parcial ou total do cristalino (lente natural do olho). Geralmente atua de maneira progressiva. Inicia-se com a diminuição da acuidade visual mesmo com correção óptica. É uma doença ocular que pode ser congênita (mais rara) ou adquirida, que é a forma mais frequente. As cataratas adquiridas, em geral, ocorrem em pessoas acima dos 60 anos e também são conhecidas como cataratas senis (envelhecimento do cristalino). Traumas oculares, uso de corticoesteróides, inflamações intra-oculares, exposição excessiva à radiação ultravioleta e diversas doenças associadas, como o diabetes, por exemplo, são causas conhecidas.


Sintomas de catarata: Além de causar a diminuição da visão, as pessoas podem observar imagens duplas, confusão para ver e distinguir cores, alteração freqüente do grau de óculos, muita dificuldade para a leitura e a distância também e visão pior com luminosidade. Pode ocorrer bilateralmente e ainda é a maior causa de cegueira no mundo, atingindo milhões de pessoas.

Tratamento de catarata: Não existe tratamento clínico para catarata, este é sempre cirúrgico.


A partir do momento em que a baixa acuidade visual não é mais corrigida com o uso de correções ópticas há indicação cirúrgica. O momento propício para a realização da cirurgia depende também do prejuízo e do comprometimento que esta opacificação vem trazendo ao cotidiano e as funções habituais do paciente. A técnica cirúrgica mais moderna para o tratamento da catarata, consiste da remoção do cristalino por microfragmentação e aspiração do núcleo, num processo chamado Faco-emulsificação com implante de lente intra-ocular, onde após a retirada completa da catarata, é implantada uma nova lente. Atualmente, temos também a opção de corrigir erros refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia) na cirurgia de catarata, ou seja, além de retirarmos a catarata contamos com uma variedade de lentes intra-oculares que ajudam a corrigir esses erros refrativos. Consulte um especialista em catarata para saber qual a lente intra-ocular é a mais indicada para melhor satisfazer a sua visão no pós-operatório.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

MENINGITES

MENINGITES


Define-se meningite como um processo inflamatório que acomete as leptomeninges, ou seja, uma fina membrana que reveste o cérebro. As meningites representam um grave problema na prática clínica, em especial na faixa etária pediátrica e é responsável, ainda hoje, por alta morbi-mortalidade. A identificação precoce do processo é fundamental para a instituição de medidas terapêuticas adequadas, em tempo hábil para prevenir graves seqüelas.


A grande maioria das meningites na infäncia é causada por bactérias, destacando-se a Neisseria meningitidis (meningococo), Haemophilus influenzae (hemófilo) e Streptococcus pneumoniae (pneumococo). No entanto, outros agentes bacterianos, incluindo-se o Mycobacterium tuberculosis (responsável pela tuberculose) assim como vírus (caxumba, enterovírus, paramixovírus, entre outros) podem compor o quadro etiológico das meningites.


Alguns aspectos importantes que devem ser ressaltados e que podem auxiliar na decisão terapêutica são : 1. Lembrar que o hemófilo predomina na faixa etária de 3 meses a 5 anos. Ultimamente, devido ao uso de vacinação específica para esta bactéria, a incidência tem caído; 2. Dos casos de meningite meningocócica na grande São Paulo, 70% são representados pelo meningococo do sorogrupo B; 30% pelo C, com menor incidência dos outros sorogrupos.


Fisiopatologia-

O início do processo caracteriza-se pela invasão do micro-organismo (vírus, bactéria, fungo) no sistema nervoso central, onde determinará a inflamação das leptomeninges. O pneumococo, o hemófilus e o meningococo possuem mecanismos capazes de inativar a IgA, uma imuneglobulina de defesa, que ocorre nas superfícies mucosas. O passo seguinte é inativar o mecanismo ciliar (proteção das mucosas) e atravessam a mucosa. Uma vez na corrente sangüínea, inativam o sistema de complemento (um importante sistema de defesa imunológica do organismo) e atingem o líqüido céfalo-raquidiano (líquor – LCR). Todas essas etapas são realizadas por elementos da cápsula polissacarídea. Uma vez no sistema nervoso central (SNC), a bactéria encontra facilidade para proliferar já que há pequena quantidade de leucócitos (glóbulos brancos, com função de defesa), anticorpos e complemento.

Diagnóstico-

A sintomatologia da meningite depende muito da idade, sendo sempre muito inespecífica em crianças de pouca idade. Em crianças maiores, dor de cabeça (cefaléia), febre, fotofobia (intolerância à luz), náuseas, vômitos, letargia, irritabilidade devem levar à suspeita diagnóstica. Alterações do comportamento e do estado de alerta de uma criança são manifestações muito importantes que levam ao diagnóstico de meningite.
Rigidez de nuca (em virtude da inflamação das meninges), abaulamento da fontanela (moleira) devido a hipertensão intra-craniana, sinais de Kernig e Brudzinski (ao se fletir a cabeça, a criança flete a perna já que ocorre estiramento das meninges, com dor) são evidências a favor de meningite e passa a ser obrigatória a punção do líquor para diagnóstico.
Podem ser observadas duas formas de apresentação :
1. Início insidioso, progressivo em um ou mais dias, sendo difícil precisar-se quando a doença começou (especialmente quando o agente é o hemófilus);
2. Início agudo e fulminante com progressão em poucas horas para sepse e meningite (o mais freqüente agente com tal apresentação é o meningococo).

Outras manifestações como lesões de pele (petéquias ou manchas hemorrágicas), convulsões (ocorrem em 25% dos casos), sinais neurológicos focais podem estar presentes.



Diagnóstico Laboratorial –

A punção lombar deve ser realizada sempre que houver a suspeita clínica de meningite. Com isso, podemos fazer o diagnóstico e ter elementos para diferenciar uma meningite bacteriana de uma meningite viral (chamada “meningite asséptica” ou meningite linfocitária). Uma contra-indicação formal para a punção lombar é a presença de infecção de pele no local da punção. Consideram-se contra-indicações relativas a presença de hipertensão intracraniana e crianças plaquetopênicas (plaquetas<50.000/mm3) pelo risco de sangramento. A tabela abaixo mostra os achados típicos das meningites bacterianas, comparados aos achados das meningites assépticas (virais) e das meningites tuberculosas. Tratamento – Nas meningites virais, o tratamento é de suporte já que os antibióticos não atuam sobre vírus. Nas meningites tuberculosas, opta-se por esquemas tríplices usualmente utilizados com sucesso (Rifampicina, Hidrazida e Pirazinamida). A base do tratamento das meningites bacterianas é a antibioticoterapia, que deve ser prontamente instituída. Em geral, o tratamento inicial é empírico, ou seja, começamos a administrar o antibiótico que é eficaz para o germe mais provável (dependendo da faixa etária, do quadro clínico, da epidemiologia) uma vez que o resultado de cultura demora 2 a 3 dias. Uma vez obtido o diagnóstico laboratorial, mantém-se ou modifica-se a antibioticoterapia. Princípios do tratamento: 1. A bactéria deve ser sensível à droga 2. A droga deve apresentar boa penetração liquórica e ser bactericida 3. A via, parenteral de preferência, deve garantir níveis séricos adequados 4. Nunca diminuir a dose empregada. 5. Estudar com cautela, as modificações da via de administração 6. A duração do tratamento deve depender do microorganismo responsável: a) meningococo- 7 a 10 dias b) hemófilo – 14 a 21 dias c) pneumococo- 14 a 21 dias d) enterobactérias- 21 dias e) estafilococo- 21 dias 7. Reavaliar o caso sempre que a evolução clínica não for favorável. As primeiras 72 horas de tratamento são críticas, pois as complicações tendem a ocorrer nesse período. Por esta razão, é aconselhável monitorar o paciente até que o quadro clínico se estabilize. Controle de Tratamento – O melhor parâmetro para a avaliação da eficácia terapêutica antimicrobiana é a evolução clínica do paciente. Quando a resposta é boa, não há necessidade de repetir-se a punção liquórica. No entanto, a piora clínica do quadro deve ser seguida de nova punção do LCR. Profilaxia dos Comunicantes –

Meningites por hemófilo e por meningococo exigem profilaxia dos contactantes.
Hemófilo-
A profilaxia é recomendada para todos os comunicantes domiciliares, incluindo adultos, em moradia em que haja pelo menos uma criança menor de 4 anos de idade (além do caso índice). A profilaxia é feita com Rifampicina na dose de 20mg/Kg/dia (máximo de 600mg/dia) em dose única diária, por 4 dias.
Meningococo-
Todos os comunicantes (domiciliares ou de creches e berçários) devem receber profilaxia preferentemente até 24 horas do diagnóstico do caso primário. A profilaxia não é rotineiramente recomendada para a equipe médica, exceto em caso de contacto íntimo, como respiração boca a boca, intubação, etc. A droga de escolha é a Rifampicina, na dose de 20mg/kg/dia (máximo de 600mg/dia) durante 2 dias. Durante a gestação, não se recomenda a rifampicina, que deve ser substituída por Ceftriaxone na dose de 50mg/kg em dose única.